sábado, 19 de setembro de 2009

Principal Objetivo das visitas

ARQUIDIOCESE DE MACEIÓ – AL  

Visitas às famílias nas Santas Missões Populares

1) Objetivo das visitas:
-       perscrutar os sinais do Espírito presentes na realidade a ser visitada;
-       criar condições para que as pessoas se manifestem, revelando suas vidas e, assim, promover os valores que estão nas pessoas;
-       valorizar a cultura dos diferentes grupos detectados nas visitas;
-       viver, na doação de si mesmo e na gratuidade evangélica, o autêntico espírito missionário; 
-       conhecer a realidade das famílias e instituições;
-       ouvir as necessidades e esperanças das pessoas;
-       levar o Evangelho, com destaque ao serviço e à prática da misericórdia;
-       colocar a serviço das pessoas o que a comunidade tem para oferecer;
-       criar laços de amizade, canal de futuros engajamentos evangelizadores;
-       criar clima de união entre os moradores de uma rua, prédio, quadra, vila;
-       lançar as sementes de futuros grupos de reflexão, círculos bíblicos;
-       descobrir novas lideranças, despertar vocações.

2) Postura dos visitadores:
-       na medida do possível, entrar em todas as casas onde houver acolhimento;
-       observar bem o ambiente para saber como agir;
-       em caso de situações mais difíceis (doença, fome, conflitos ...), fazer o que estiver ao alcance e tentar envolver também os vizinhos, criando assim uma corrente de solidariedade;
-       se encontrar casas fechadas, voltar depois ou deixar o recado com os vizinhos;
-       entrar nos bares, lojas, escritórios, bancos... se houver condições, dando uma mensagem ou, pelo menos, abrir o convite para os encontros, orações, celebrações;
-       entrar nas casas de pessoas de outras igrejas ou grupos religiosos, se houver condições favoráveis e acolhimento, procurando sempre evitar conflitos desnecessários;
-       nunca perder de vista que os missionários são mensageiros da paz, da justiça e testemunhas do amor de Jesus;
-       criar atitudes de diálogo, de entrosamento, de solidariedade;
-       onde for possível, ler um trecho da Bíblia, entoar um canto, fazer uma oração, dar uma bênção...
-       se a comunidade julgar conveniente, os visitadores poderão ter alguma identificação: camiseta, cruz, terço, Bíblia. Não se esquecer, porém, que o que mais identifica um visitador cristão é a sua atitude.

3) Quem deve fazer as visitas missionárias?
-       todas as pessoas (velhos, adultos, jovens e crianças) motivadas e preparadas para este ministério das visitas missionárias, mesmo que já atuem em outras pastorais ou movimentos e queiram ampliar sua ação;
-       os agentes de pastoral, inclusive os padres, religiosos e religiosas que se preparam para esse ministério.

4) Algumas qualidades essenciais dos visitadores, que poderão ser trabalhadas durante os encontros de preparação
-       conhecer os trabalhos e os recursos da diocese, paróquia e comunidade que poderão ser apresentados aos visitados;
-       conhecer os fundamentos bíblicos das visitas;
-       ser discreto e ter capacidade para manter a mais completa discrição sobre o que ficar sabendo nas visitas;
-       ter o mínimo de perspicácia para perceber quando está ajudando e quando está se tornando inoportuno;
-       saber respeitar as diferenças;
-       saber escutar com paciência as críticas e esclarecer os possíveis mal-entendidos;
-       ouvir mais que falar;
-       ser simples e claro;
-       adaptar-se aos horários das pessoas.

5) O quê e a quem devemos visitar?
-       a todas as famílias e instituições como escolas, fábricas, sociedades de amigos do bairro, igrejas de outras confissões, hospitais, centros comerciais, mercados...
-       de modo preferencial, a todos os que passam por momentos difíceis como os doentes, os desempregados, os enlutados, os que vivem solitários, os portadores de HIV, as pessoas que estão na prostituição, os marginalizados, os presos, os sofredores de rua...
-       as famílias que estão vivendo momentos importantes como espera e o nascimento de um bebê ou celebram bodas, noivados, casa nova...

6) Lembrança da visita.
 A comunidade poderá preparar um folder, cartão, cartazete, um sinal sensível, contendo:
-       o endereço da comunidade e os horários de celebrações e outras funções comunitárias;
-       uma relação de programas católicos nas rádios e TVs;
-       uma relação de revistas e jornais católicos;
-       oração pelas famílias;
-       se a família manifestar-se favorável, os visitadores poderão benzer a casa e as pessoas, deixando uma lembrança.

7) Pós-visita
Os visitadores poderão preeencher uma ficha resumo (nunca durante a visita) com atenção aos seguintes pontos:
-       nome e endereço das pessoas que se dispõem a novos contatos e colaborar diretamente;
-       necessidades manifestas pelas pessoas visitadas;
-       expectativas das pessoas visitadas em relação ao bairro, à comunidade e à religião;
-       partilhar em grupo ou comunidade as experiências das visitas, sem nunca entrar em detalhes sobre a vida dos visitados, dando atenção aos seguintes pontos:  
-       dados positivos percebidos;
-       o que deu certo e o que não foi tão bom;
-       o que se pode fazer para melhorar.

(cf. Pe. Luís Mosconi, “Santas Missões Populares” e Região Episcopal Lapa, da Arquidiocese de São Paulo, “Visitas Missionárias”).

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Visitação e bênção às casas - uma experiência missionária

Jesus Cristo enviou seus discípulos missionários a visitarem as casas.  Ao entrarem na casa, façam a saudação. Se a casa for digna, desça sobre ela a paz de vocês, se a ela não for digna, que a paz volte para vocês (Mt 10,12-13). É interessante observar que nesta recomendação de Jesus, a visita aparece associada ao dom da paz.
Um pequeno grupo missionário, iniciou em 2003, uma experiência de visitação e bênção de casas, que apresentamos como possível contribuição à Missão Continental que nos pede o Documento de Aparecida.
O grupo de missionários era formado pelo padre, zeladores de capelinhas, seminaristas e outros agentes de pastoral. Iam de duas a quatro pessoas às casas, sendo que as famílias eram consultadas anteriormente se gostariam de receber os missionários. Não só católicos, mas pessoas de outras crenças faziam questão de receber os missionários de Jesus. Ao chegarem, faziam uma saudação inicial e uma conversa informal. Após, o convite para a bênção e, por fim, a despedida.
Ao verem a equipe chegando, era comum pedirem “desculpa” porque a casa era pequena, pobre ou porque não estava bem limpa. Um momento forte, em que a realidade vinha à tona, era nas preces espontâneas. Aparecia a situação da doença e o pedido por saúde, pela família, pelos filhos, para se livrarem das drogas e terem um bom trabalho, às vezes, um pedido para bom estudo.
Pode-se dizer que eram muitos os sentimentos resultantes dessa experiência, dos quais citamos dois. Primeiro, o desejo de fuga. Não é fácil ir de casa em casa, no final da tarde, quando se sente um forte cansaço. Para fugir, criam-se justificativas... A primeira batalha é vencer o próprio comodismo. Outro sentimento é o da realização missionária e no caso do padre, da realização presbiteral. No final do dia, mesmo cansado, poder dizer, hoje vivi minha vocação, traz alegria.
Em relação aos resultados da obra missionária, podemos afirmar que há alguns que fogem desta análise. Foram muitas as pessoas, por exemplo, que disseram: “depois da bênção, as relações familiares melhoraram muito”, “meu filho conseguiu um emprego” e “eu fiquei melhor de saúde”. Talvez estas experiências foram semelhantes as que muitas pessoas fizeram quando Jesus passou pelo mundo fazendo o bem (Mc 7,37). O certo é que quase todas as pessoas ficavam muito gratas pela visita e expressavam isso de muitas maneiras, colaborando para criar na paróquia um clima de bem querer porque naquele lugar há uma Igreja-viva que leva a paz!
Durante a visitação descobrimos pessoas que poderiam participar na comunidade. Algumas lideranças do passado e outras novas, de fato, envolveram-se na Pastoral Litúrgica, Catequética e outras, bem como, nos serviços voluntários – tão necessários numa Igreja pobre e de periferia. Aumentou também a participação nas missas. Não só a visita e a bênção das casas fizeram aumentar a participação, mas a articulação com outras atividades realizadas pelas pastorais, especialmente a da Comunicação, a Catequese e a Liturgia. Crianças e adolescentes se envolveram cada vez mais nas missas e em atividades comunitárias. Esta unidade eclesial traz muita alegria à comunidade.
Visitar é levar a paz e romper os muros que separam e criam distância. Visitar é sair de si, ir ao encontro do outro, justamente quando estamos envoltos pela ideologia do individualismo. É ir desarmado quando a sociedade competitiva e violenta afirma que a pessoa desconhecida é perigosa. É criar relação, rompendo o isolamento. Visitar é fazer êxodo, buscar a terra com leite e mel. É caminhar pelo deserto, construindo a historia. É saber ouvir, dar o melhor de si, para que possamos crescer como humanidade.
A visita realiza-se na total gratuidade e, nisso está seu grande valor. Não se faz a missão primeiramente para “encher a Igreja”, nem para “concorrer com as outras Igrejas”, pois estaríamos novamente na lógica que “coisifica” as pessoas. Fizemos a missão na gratuidade de quem optou pelo Reino e sua justiça e, o restante, Deus dará em acréscimo (Mt 6,33).
Quando Maria visitou Isabel, João Batista, ainda no ventre, pulou de alegria ao receber a visita de Jesus por meio da missionária Maria. Os missionários da Paróquia São Judas Tadeu, na sua simplicidade e pequenez, levam Jesus. Ele é o próprio Deus visitando o seu povo, é o Bom Pastor indicando o caminho do amor e da paz! Ele é a Visita e a Bênção!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Paróquia Menino Jesus de Praga – Jardim das Acácias

Semana Missionária de 13 a 20/09/2009


Abertura: 13/09/2009 com Missa Festiva as 08hs

Encontro na Praça Jardim Alagoano as 07hs com todas as comunidades, saindo em direção a Igreja Matriz.

Todo ponto de apoio será na própria Paróquia (alimentação)


Encerramento: 20/09/2009 as 08hs com Missa Festiva.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

SUBSIDIO PARA A SEMANA MISSIONÁRIA DAS SANTAS MISSÕES POPULARES.

SEMANA MISSIONÁRIA
DAS SANTAS MISSÕES POPULARES
Pequeno subsídio para os missionários paroquiais
que não têm o livro das “Santas Missões Populares”
Um resumo das páginas 64-67 e da 3ª parte do livro do Padre Mosconi: (p.153-207)
1) Sentido e valor da semana missionária
            A Semana Missionária (SM) é a segunda etapa das SMP,
é o tempo mais forte e mais intenso. É o tempo especial de saborear a beleza do seguimento de Jesus.
            Cremos e experimentamos profundamente que o Evangelho de Jesus é capaz de responder aos nossos anseios mais humanos. Por causa disso, a vivência do Evangelho traz
alegria e paz.
            O Evangelho de Jesus não é, em primeiro lugar, um conjunto de idéias e de doutrinas, e sim
uma forma de viver a nossa vida, inspirada nos sentimentos e opções de Jesus. Claro que essa maneira exigirá renúncias e sacrifícios, mas qual é a opção que não vai exigir isso? O importante não é a renúncia pela renúncia, e sim os motivos e os objetivos que me animam á passar pela renúncia. (exemplos: alpinista, o esportista, o estudante...)
            É bom insistir: durante a semana missionária,
vamos primeiro saborear a beleza do Evangelho de Jesus, e isso nos dará razões de sobra para assumir sacrifícios e renúncias.
            É por este motivo que, durante a Semana Missionária, não vamos logo pesquisar se alguém é casado ou não na Igreja, se vai ou não vai a missa no domingo...para em seguida exigir ou condenar.
Primeiro, queremos gostar e fazer gostar do seguimento de Jesus. Queremos fazer juntos a experiência gratificante do abraço de Deus, que é Pai e Mãe, para com o seu povo querido, e, muitas vezes, machucado, ferido e dividido.
LUCAS, 19, 2-10
            Observamos a pedagogia de Jesus com Zaqueu: Jesus não falou: “Zaqueu! Desça logo! Eu tenho uma conversa séria com você, ladrão!” Mas: “Desça depressa, Zaqueu, porque hoje,
eu preciso ficar em sua casa!” Parece que Jesus estava mesmo pedindo um favor a Zaqueu: almoçar, descançar na sua casa! E Lucas diz que Zaqueu desceu logo da árvore e recebeu Jesus com alegria! (Lucas, 19, 2-10). A Semana Missionária é “receber Jesus com alegria em nossa casa!”. O primeiro ano das SMP, o tempo de “acordar”, corresponde aos versículos 3 e 4 dessa bonita história de Zaqueu: “Ele desejava ver quem era Jesus... correu na frente e subiu na figueira, pois Jesus devia passar por lá ...”. Jesus olhou para cima, percebeu que Zaqueu estava “acordado”, pronto para “saborear” o encontro com ele! E Jesus afirma no final deste encontro: “Hoje, a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão”! É o objetivo da Semana Missionária: que a salvação entre em cada casa, em cada lar, em cada Comunidade, em cada paróquia, em toda a nossa Diocese! Que a nossa Diocese seja “A CASA DE ZAQUEU”!
            Mas, atenção! O nosso tempo de “saborear”, durante a semana missionária, vai depender muito do nosso tempo atual de “acordar”! Como Zaqueu, precisamos desejar conhecer Jesus, correr na frente, subir na figueira para ver, esperar a passagem de Jesus! Senão, podemos perder a ocasião de saborear a sua visita!
            A eficácia da SM depende também muito da
presença, do estilo de vida e da dedicação de vocês missionárias e dos missionários.                        A SM é uma fantástica vivência de fraternidade, de partilha e de perdão, de paz, de compromisso com a VIDA, ao lado dos excluídos e humilhados. A vida, na SM, é amada, é valorizada, é defendida, é vida à luz do Evangelho de Jesus.
           
A SM é uma belíssima experiência de vida eclesial. São dezenas de comunidades que partilham e celebram juntas. Nunca podemos esquecer que um dos objetivos das SMP é  “transformar cada vez mais nossa Diocese numa Igreja romeira e missionária, através de uma rede de comunidades que sejam eclesiais, ministeriais, proféticas, acolhedoras, em sintonia com a fé do povo romeiro.”
         A SM é um tempo especial de escuta e de conversão. É escuta dos apelos de Deus que nos fala e chama de várias maneiras: por meio da sua Palavra que está na Bíblia, mas também por meio dos acontecimentos, das pessoas encontradas, por meio de cantos, de gestos, de símbolos, de procissão, de celebrações: Para quem sabe ouvir e escutar, tudo se torna apelo de Deus.
           
Mas atenção! A SM deve também ser um tempo de “ter cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes” (Mc 8,15): Quer dizer: ter cuidado com as pessoas e as ideologias que manipulam, ter cuidado com o poder que domina e oprime, pois isso pode entrar em nós e estragar tudo.
            Nos, Missionários, corremos o perigo de exigir muito dos outros e pouco de nós mesmos, como os fariseus, da época de Jesus. Precisamos sempre vigiar para não cair na tentação de usar do poder que nos é dado para manipular, dominar, oprimir. Conversão é mudança de mentalidade, de estilo de vida, a começar por nós mesmos.
         Assim, A SM será “um começo de lá do céu, onde a festa não tem mais fim” como diz um canto bonito das SMP. Realmente, quando as pessoas se deixam envolver pelo espírito e iniciativas da SM, o lugar onde ela acontece torna-se um pedaço do céu, um tira-gosto da nova sociedade que sonhamos.
            As partilhas, os mutirões, os gestos de solidariedade efetiva e afetiva, as visitas, as conversas sinceras, os momentos de oração pessoal, as caminhadas, as vivências do perdão e da misericórdia, o clima de paz, de humildade, de escuta, de compromisso, as celebrações tocantes, as conversões verdadeiras, a presença querida dos missionários de fora e “de dentro” fazem a beleza inesquecível da Semana Missionária.
            As vezes, faltam-nos simplicidade, busca sincera, vontade de querer caminhar. Mas, cremos que a Semana Missionária bem vivida torna-se realmente um tempo de graça e de conversão.
Haja humildade e escuta dos apelos de Deus!
2) Sonho possível ou pura fantasia?
            As vezes ouvimos falar que as SMP são fogo de palha, pura ilusão. Pela experiência, Luis Mosconi prefere afirmar
: ilusão, não, sonho, sim! E é sonho com os pés no chão!
           
É sonho-denúncia contra nossas incoerências pessoais e contra tudo o que fere a dignidade da vida e das pessoas.         É sonho-anúncio de uma vida nova e de relações sociais mais humanas, mais justas, mais fraternas.         É sonho-utopia, quer dizer: algo que ainda não existe, mas que é possível, viável, necessário e urgente. É utopia que pode se transformar em projetos concretos, capazes de gerar e orientar a nova prática.
            A sociedade em que vivemos está destruindo utopias autênticas. Está matando sonhos e alternativas. Nossas incoerências, medos e covardias favorecem essa desgraça.
            De fato o
neoliberalismo,  esse modelo político-econômico que está sendo imposto no mundo inteiro como única solução possível para resolver os males do mundo, após o fracasso dos países socialistas e comunistas é uma grande mentira. A realidade diz outra coisa.
            O neoliberalismo reduz tudo à
lei do mercado. Tudo vira mercadoria, inclusive as pessoas. Tudo é coisificado. As relações são desumanizadas. As pessoas valem pelo que produzem e não pelo que são. Assim, deficientes físicos, doentes, idosos são um peso para a sociedade. Repete-se, mais ou menos, o que acontecia na Antiga Grécia – que tinha a falta pretensão de ser uma civilização avançada: crianças que nasciam deficientes eram jogadas e espatifadas num vale entre montanhas.
            Os templos do Neoliberalismo são os
shoppings, onde quem tem dinheiro compra de tudo e do melhor, enquanto logo aí a miséria e a pobreza crescem a um ritmo impressionante. Estamos em plena idolatria do mercado. Vale quem produz e quem vende melhor, fazem piratarias de tudo. Tudo é reduzido a objeto de compra e venda. A miséria é globalizada: está presente no mundo inteiro. Neste caos generalizado os vícios multiplicam-se, a corrupção e o enriquecimento ilícito não conhecem mais limites.
            Todos, respiramos esse ar contaminado, até nas pequenas vilas do interior.De fato, como são as relações entre pessoas e grupos no lugar onde moramos? O que as pessoas mais querem? O que a juventude mais deseja? Quais são os interesses que estão orientando as pessoas? Como é o uso do poder?            Um mundo e uma sociedade sem utopias verdadeiras produzem violência, corrupção, injustiça, morte. O Evangelho de Jesus é uma utopia, mas uma utopia fantástica, viável, necessária, a serviço da vida e da paz.
            A Semana Missionária
não oferece soluções mágicas para todos os problemas e desafios. Isso, sim, seria perigosa ilusão, totalmente fora do lugar. Não é isso que a SM se propõe: ela oferece um tira-gosto de um novo tipo de sociedade, aponta caminhos, faz nascer esperança. Serve de exemplo, de estímulo, de sinal, de referência para o que vai vir depois. Assim, a SM torna-se um memorial fecundo e criativo, um símbolo daquilo que deve ser o cotidiano de nossa vida.
         Importante é entender a relação entre SMP e os compromissos sóciopolíticos. São coisas que não se podem identificar, mas também não se podem separar.
            De fato, o missionário não anda desligado das dores e dos anseios das multidões sacrificadas. O missionário vai à luta guiado e
iluminado pelos mesmos sentimentos de Jesus.  Ao mesmo tempo, ele não vai fazer das SMP um lugar de comício político-partidário (Cuidado, mais uma vez com o ano 2008, ano das eleições municipais!) e sim um lugar onde o Evangelho de Jesus seja proclamado e onde, em nome desse Evangelho, todos os cristãos sejam convidados a lutar pela defesa da vida.
 Um resumo da 4ª parte do livro do Padre Mosconi (p.209-251)
1. O “clima” da Semana Missionária.
           
Espera serena, de silêncio, de recolhimento, de abertura aos apelos de Deus apesar de muito trabalho, barulho....
           
É preciso ter convicção de que a SM é um tempo especial da graça de Deus. É Deus que vai agir, nos somos apenas servos facilitadores!
            É clima de festa,  sem cair na dispersão e na superficialidade!
            É preciso saber ligar festa e meditação, alegria popular e conversão pessoal.
            Cada missionária/o cuide de colocar esse clima em sua vida pessoal , estudar o livro das SMP, oração, sacramento do perdão... Vamos ser os animadores mas o verdadeiro orientador será Jesus por meio da mediação dos Evangelhos.
2. Últimos preparativos.
1) Começar a preparar a SM nos setores
a partir do terceiro retiro paroquial. Estudar a 4ª parte do livro, ou pelo menos este resumo. É bom não fechar o programa: esperar a chegada dos missionários de fora para novas e possíveis sugestões.
2)
Formar equipes conforme as necessidades, com a coordenação de uma equipe central. Cuidado de não sobrecarregar as pessoas. Cada missionário deve ser envolvido numa equipe mas é bom também envolver outras pessoas.
3) Prever o
material necessário na base de mutirão, de partilha, gastando só o mínimo necessário:isso favorece o clima da SM.
4) Os missionários mas também outros:
meditar ao longo dos 2 meses os textos bíblicos de cada dia da SM.
5) prever uma
vigília de oração e uma celebração do perdão em cada setor, ou comunidade, envolvendo o máximo de pessoas. Rezar todos os dias a oração das SMP.
6) Fazer uma
boa limpeza da Capela e arredores. Onde não há capela, prever um local simples, bem espaçoso, bem arrumado. Santíssimo Sacramento nas capelas, abertas durante toda a semana, com pessoas acolhendo e que desejam orar e meditar.
7)
Colocar faixas com dizeres ligados a SM, na frente da Capela, nas ruas ...
8) Intensificar as
visitas, comunicando a programação da SM, um mês antes. Informar as outras Igrejas, as escolas.
9) Pedir aos donos dos bares para
não promover festas durante a SM. Criar um clima de expectativa, de fé, de esperança, de silêncio, de escuta, de colaboração.
10) Cada setor faça o possível para garantir uma
presença maciça de pessoas na Missa de encerramento da SM. Providenciar meios de transporte, se necessário.
11)
envolver crianças e adolescentes nas atividades da SM.
12) Promover em tempo de
arrecadação de dinheiro (bingos, sorteios, doações) e alimentos para atender aos gastos  da SM.
13) realizar
um mutirão durante a SM: escolher com antecedência: exemplo: conserto da capela, de casas pobres, trabalho na roça, limpeza da rua...
14)
Escolher as famílias pelas comunidades para receber o S°.Sacramento em suas casas (na terça feira à noite até 4ª à noite) providenciando uma caixinha forrada com pano branco ou um ostensório artesanal (em madeira ou isopor). Evitar rádio, TV. Acolhida para oração em silêncio.
15) Cada setor envie uma delegação à paróquia para
receber os missionários de fora, após a Missa de abertura da SM. O setor fica reunido num local escolhido ...almoço/jantar comunitário ou merenda.
16) cada noite, após a celebração:
chá natural a todos.
17) 2 ou 3 pessoas por setor:
anotar no livro da memória tudo que acontece ao longo da SM.
A vinda dos missionários de fora:
a) Cada setor comunica à coordenação paroquial
(4 meses antes) quantos missionários de fora vão querer. A coordenação paroquial fará todos os pedidos às paróquias vizinhas 3 meses antes da Semana Missionária.
b) As Comunidades / Paróquias selecionem e preparem
seus missionários que serão enviados. (estudo da programação da SM)
c) Bonita celebração de envio no domingo anterior à viagem, entrega da carta de apresentação, oferta para despesas da viagem de ida.
d) A paróquia que vai fazer a SM
não deve aceitar missionários sem preparação e sem ter sido enviados pela sua comunidade de origem.
e) O missionário de fora: participar da
SM inteira, se possível.
f) Chegar na quinta feira a noite, antes da SM. Ou pelo menos na sexta feira à noite
g) Os missionários de fora são muito esperados: dar o melhor de si.
h) Hospedagem: responsabilidade do setor.
i) Voltando para a sua comunidade, o missionário de fora deve contar as boas notícias da SM que participou.
3. sentido da programação
A programação está a serviço dos objetivos que devem sempre ser lembrados.
Nas avaliações, Padre Mosconi constata que as falhas acontecem por falta de verdadeira preparação e de espiritualidade profunda. Somos, com freqüência, superficiais e apressados.
4. Sugestões para todos os dias da SM
a) Caminhada de fé, de manhã cedo
b) celebração à noite, eventualmente Eucaristia
c) esquema da celebração: participativa, mística, criativa. Local: Igreja, Capela, salão casa...) bem preparado; dar os aviso para o dia seguinte. Chá
d) Onde for possível, um dia de mutirão durante a semana missionária.
e) encontro com os vizinhos para meditar o Evangelho
f) pequenos momentos de oração pessoal na Igreja, na Capela, na casa.
g) Motivar as famílias a crescerem na união e na prática da misericórdia
h) visitas aos colégios explicando os objetivos da SMP. Caminhada da juventude, show.
i) cada dia, encontro dos missionários do setor para avaliar e planejar
j) cada dia, uma equipe para preparar bem as celebrações, sobretudo da noite.  Algo para crianças, jovens, idosos, doentes.... Uma pessoa preparada para as crianças durante toda a SM
Este texto foi elaborado pela Equipe Missionária Arquidiocesana em consonância com o livro das SMP, do Pe. Mosconi.